Como acontece todo ano, a retrospectiva internacional, dedicada este ano a Andrés Di Tella, é uma das melhores atrações do Festival É Tudo Verdade.
No próximo domingo (1/4), uma maratona de onze horas, marcada para começar às 10:30 e terminar por volta de 21:30, oferecerá aos participantes cinco filmes de Di Tella, seguidos de um debate com o diretor, mediado por Amir Labaki, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio.
Ainda pouco conhecido no Brasil, a oportunidade é imperdível para quem não pode acompanhar a retrospectiva dos filmes de Di Tella durante a semana. Mesmo exaustiva, a maratona fará enorme bem mental aos que tiverem força para resistir até o fim, oferecendo a possibilidade de começarmos a sanar um mal agudo – não termos ainda visto, refletido e levado na devida conta uma das obras mais importantes do documentário contemporâneo.
Às 18:30, será exibido Golpes de machado, mais recente filme de Andrés Di Tella. Os que já estiverem sem fôlego nas horas finais da maratona, e os que só puderem ir ver o filme que antecede o debate, devem persistir. Narrado em forma fragmentária e tom sereno, Golpes de machado, além de traçar o retrato do cineasta experimental Claudio Caldini, o situa de maneira sutil no contexto argentino do seu tempo, revela a interação do diretor com o personagem, além do processo de realização do próprio documentário, e reconstroi situações do passado, chegando a ser um modelo das variantes possíveis da narrativa documental.
Golpes de machadoé também uma reflexão sobre o limite do cinema, definido por Claudio Caldini nos seguintes termos: “Com o cinema queremos mostrar em imagens o que as imagens não podem mostrar. E com as palavras procuramos dizer o que as palavras não podem dizer.”
Não é por nada que, quase no fim do filme, Andrés Di Tella diz acreditar que seu próximo filme será muito diferente de Golpes de machado.
Eduardo Escorel
4 comentarios:
Estimado Francisco: qué bueno. Lo de Borges es una idea recurrente pero creo que cité el final del cuento "Pedro Salvadores". Me gusta mucho el comienzo: "Quiero dejar escrito, acaso por primera vez, uno de los hechos más raros y más tristes de nuestra historia. Intervenir lo menos posible en su narración, prescindir de adiciones pintorescas y de conjeturas aventuradas es, me parece, la mejor manera de hacerlo."
Y el final: "Como todas las cosas, el destino de Pedro Salvadores nos parece un símbolo de algo que estamos a punto de comprender."
Y lo de Proust está cerca del comienzo de "Un amor de Swann"...
Muchisimas Gracias Andres.
Sabes si la copia de tus films (DVD) presentados en la retrospectiva pueden ser adquiridos por correo?
Gracias de nuevo, especialmente por influenciar enormemente el resurgimiento del Documental en A. Latina y por esa manera tan personal y potente de hacerlo. Te deseo lo mejor,
Saludos cordiales,
Francisco Espinoza
Por el momento, están editados en dvd (en Argentina):
"Montoneros, una historia" (incluye "Macedonio Fernández" como extra) y "Fotografías" (incluye "La televisión y yo" y "Reconstruyen crimen de la modelo" como extras).
Se consiguen por:
http://www.solocineweb.com.ar/
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